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História do Serviço

   Nos anos 50 do século passado a Cirurgia Plástica ensaiava os primeiros passos como Especialidade Médica autónoma em Portugal. Viria a ser reconhecida como tal em 1964.

  Dos médicos então itinerantes pelos Serviços Cirúrgicos e pela Urgência dos respeitáveis Hospitais Civis, tratando Traumatizados da Face e Queimados, Baptista Fernandes abriria em 1963 o Serviço do Hospital de Santa Maria e em 1971 Boléo-Tomé iniciaria o do Hospital do Ultramar.
   No tecido hospitalar, o primeiro Serviço de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva tinha nascido no Hospital de Santo António no Porto em 1961, após a interrupção do projecto pioneiro nos Hospitais Civis de Lisboa.

Prof. Boleo-Tomé

    Desde sempre instalado no 8º Piso do Hospital do Ultramar que se chamaria depois Egas Moniz, o Serviço desenvolveu uma forte vertente de Cirurgia Maxilo-Facial, fruto da formação do seu fundador e Director até 1999, durante quase 30 anos, e nele se instala também o Internato de Especialidade  que até hoje se mantém.
    Com a abertura da Urgência Politrauma da Área Ocidental de Lisboa nos anos 80, o Serviço sofre um forte impulso de modernização e alargamento e cimenta-se uma filosofia de grande autonomia dos Quadros Médicos e uma imagem de eficácia, organização e de Centro Formador que, a par com a matriz técnico-científica mista em Cirurgia Plástica e Cirurgia Maxilo-Facial, vencendo vicissitudes e incompreensões, preservamos e desenvolvemos até hoje.
    Graças à visão do Dr. Boléo-Tomé, então Director de Serviço, o Serviço de CPRMF foi pioneiro na instalação e desenvolvimento dum sector de Cirurgia de Ambulatório, então à responsabilidade exclusiva dos Cirurgiões, apoiado em técnicas de Anestesia Local e Regional, quando esta modalidade era olhada com desdém… e à medida que aumentava a produção cirúrgica, libertávamos camas hospitalares numa aposta ganha  de grande modernidade.
   Com fidelidade a esta matriz, muitos anos depois, deu-se a conversão do antigo Bloco de Neurocirurgia para o lançamento de um Serviço de Cirurgia de Ambulatório no Hospital Egas Moniz, de que o Serviço é hoje o principal utilizador, atingindo uma taxa de ambulatorização da actividade cirúrgica de 69%.
   Num panorama assistencial em que o Traumatizado da área Maxilo-Facial era um doente de tratamento diferido durante dias ou até semanas, impulsionou-se uma atitude de tratamento precoce destes doentes com alterações qualitativas dos resultados estéticos e funcionais, do conforto e segurança do doente e importantes ganhos sociais, tendo o Serviço iniciado no país o uso sistemático de técnicas de Imobilização rígida das fracturas do Esqueleto Facial na época da osteossíntese com “arames” e afirmando-as como o standard deste tratamento em Portugal (tendo inclusive sido o primeiro a usar técnicas de endoscopia no trauma da face).

Dr. Biscaia Fraga

   O Serviço mantém desde a primeira hora da abertura da Urgência da área Ocidental, 24 horas por dia, 365 dias por ano, esta assistência em elevados moldes de qualidade técnica, modernidade e humanização.
  Quando o colapso organizativo dos Serviços congéneres da região de Lisboa pôs em causa a assistência das Populações nestas duas disciplinas e perante o apelo  da ARS de Lisboa e Vale do Tejo, aumentámos voluntariamente a área de recepção de doentes Urgentes em mais meio milhão.
   Tem este Serviço um dos mais jovens Corpos Clínicos dos Serviços Nacionais de Cirurgia Plástica e as Vagas para Internato abertas no Serviço são velozmente ocupadas pelos candidatos. Este é aliás um dos poucos Serviços Nacionais a que o Colégio de Especialidade da Ordem dos Médicos credita Idoneidade Total para o Internato de Cirurgia Plástica.

 

   Também o Serviço é procurado intensivamente por Internos de outras Especialidades para estágios parcelares no âmbito do seu programa formativo, oriundos de Hospitais de todo o País, o que é indicador da imagem que mantém a nível nacional.

   O desenvolvimento do Departamento de Cabeça e Pescoço pôde abrir perspectivas de diálogo institucional organizativo e científico e um muito favorável ambiente de sinergias para o tratamento transdisciplinar de doentes de áreas como a Cirurgia Plástica Maxilo-Facial. A remodelação logística para acomodar esta nova realidade integrou, além da melhoria das condições do Serviço em 2009, a instalação de uma Unidade de Vigilância de Pós-Operatórios dedicada aos pacientes com patologia cervicofacial e de uma área técnica para tratamento de Queimados de gravidade moderada.

 

   Em Fevereiro de 2013, com a reforma do Dr. Biscaia Fraga, tomou posse na Direcção do Serviço o Dr. Victor Santos-Fernandes, que conta já com 30 anos dedicados ao Serviço, período durante o qual teve gradualmente um papel cada vez mais preponderante nas decisões do Serviço.

Dr. Victor Santos-Fernandes

Dr. F. Costa Domingues

    Mas a relação espácio-temporal, que tanto tem entusiasmado filósofos e cientistas, é implacável e após convite feito ao Dr. Victor Santos-Fernandes (e por este aceite) para dirigir o Serviço de Cirurgia Plástica do CHLN, é nomeado pelo Conselho de Administração do CHLO o Dr. Francisco Costa Domingues para a Direcção do Serviço (admitido aqui em 1983 no Internato Complementar e ocupando os vários graus de diferenciação da carreira hospitalar), que tem pela frente, não só a história, mas o presente, de modo a preparar e a prever o que há-de vir, e sem nunca esquecer os sinais dos tempos que inexoravelmente acontecem.

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